Isabella Barbosa Ah, nossa relação com o tempo. Tenho refletido sobre isso nos últimos dias. Cada vez mais nos deparamos com indicações sobre o quanto estamos apressados, sobre como o tempo se tem esgotado sem o menor sinal de que o estejamos “domando”. A sensação é de que ele tem nos engolido e nos vemos estressados, tentando viver como se o nosso alvo estivesse sempre vários passos à frente. Uso o plural, porque é confortável o distanciamento que ele gera para quem escreve, mas o fato é que EU tenho me visto assim. A barganha por um segundo mais de sono, o desespero que a tal musiquinha do celular gera, anunciando “A correria vai começar”, são indicadores de que a situação anda nada bem. Tenho aberto os olhos para enxergar isso, mas até pouco tempo não era assim. Estava convencida de que OS OUTROS sofriam desse problema, não eu, afinal tenho bons momentos de folga durante a semana, privilégio de poucos. Mas, fui percebendo alguns sinais de que não estava em céu de briga...
"A palavra é meu domínio sobre o mundo" (Clarice Lispector). Assim, sirvo-me dela à vontade.