Isabella Barbosa A bem da verdade e sendo inteligentes em nosso raciocínio, não existe esse tal de não preconceito. Todos temos ideias pré-concebidas. Quem vive de forma "livre", uma espécie de "mente fresca sabor de hortelã" (Dalrymple), fazendo o que deseja seu desejo, carrega em si claros preconceitos. Alguns deles: princípios morais, que cerceiam certas vontades, basilares à construção de nossa sociedade e observados por muitíssimos ainda hoje, não têm valor; os que por eles são guiados são ultrapassados e retrógrados, conservadores (Atenção! Estão trabalhando para dar a essa palavra o sentido de algo mal e perverso); os conservadores, retrógrados e ultrapassados devem ser combatidos; a vontade é quase soberana, somente a lei é o limite da ação. Portanto, dizer não ter preconceito é mais uma estratégia de um discurso que tem em si a aparência de virtude, mas que, na verdade, é o radicalismo da vontade individual. É a chave para abrir a porta à expans...
"A palavra é meu domínio sobre o mundo" (Clarice Lispector). Assim, sirvo-me dela à vontade.