Era fim de mais um congresso de educação de grande porte. Por ele passaram inúmeros especialistas, literalmente formadores de opinião que, por meio de seus discursos repletos de números, conceitos, retórica, gestaram em muitos ouvintes (pois nem todos que têm ouvidos, ouvem) ideias e ideais que tocam, em maior ou menor proporção, a questão do ensinar e do aprender, assentes no chão da escola. Não faltaram abordagens sobre métodos, processos e contextos, sobre caminhos para a qualidade da educação. No entanto, quem tem ouvidos e quer ouvir, ouve, uma conversa de fila disso ou daquilo chamou minha atenção: "Não adianta. Eu quero mesmo é sair de sala de aula. A educação não tem jeito!". O que é isso?, pensei eu, o intuito do que ouvimos não era gerar esperança pela sinalização de caminhos a serem seguidos? Ao entrar no espaço destinado à última palestra, deparei-me com uma imagem esclarecedora: a mesa do auditório sendo desnudada para mudanças em sua configuração. A cena...
"A palavra é meu domínio sobre o mundo" (Clarice Lispector). Assim, sirvo-me dela à vontade.