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Mostrando postagens de 2014

DO OUTRO LADO DA LINHA

Sobre a minha recente experiência com a relação tempo/trabalho Isabella Barbosa                 Sou uma (não sei como me caracterizar sem parecer velha ou jovem demais). Bem, tenho 38 anos, sou casada, mãe de dois filhos - uma linda pré-adolescente e um garotão de 6 anos que é um encanto. Essa descrição é relevante para o assunto em questão. É certo que “Do outro lado da linha” é um título que não diz muito, mas quando o significado dessa “linha” for conhecido, tudo ficará mais claro.                 Desde que minha primeira filha nasceu, há quase 12 anos, me impus um limite de tempo dedicado ao trabalho para que pudesse acompanhá-la, estar perto dela, vê-la crescer e poder orientá-la e influenciá-la. Em nome disso, precisei abrir mão de muitas oportunidades nos âmbitos formação e trabalho e me vi, por vezes, a passos len...

Entre o programa de TV e o exercício de pensar fiz a escolha certa

Reflexões sobre direitos dos cidadãos, mídia e controle social Por Isabella Barbosa Nos últimos anos tem havido um movimento por parte de telespectadores de abandono da grande mídia em busca de TVs pagas, cujas possibilidades atendem aos mais diversos gostos e intenções. A despeito desse movimento, as TVs abertas ainda têm uma audiência bastante expressiva, até porque a migração não cabe no bolso de todos. Ainda é grande a visibilidade de seus programas, tais como os que mesclam informações e entretenimento. Diante de um deles, experimentei a sensação clara do poder que exercem sobre os seus telespectadores . Uma das reportagens de destaque em um desses programas mostrava o recente confronto entre a polícia e um grupo de, aproximadamente, 200 famílias que resistiam à ordem de despejo de um hotel invadido por elas no centro de São Paulo há seis meses. A ordem para abandonar o lugar em nome da reintegração de posse não foi atendida e a confusão se instalou. O programa em...

Steve Jobs não deixava os filhos mexerem em iPads e iPhones

Assim como outros executivos do ramo da tecnologia, Steve Jobs limitava ao máximo o tempo que seus filhos podiam mexer em iPads e iPhones          Quando Steve Jobs dirigia a Apple ele era conhecido por ligar para jornalistas para lhes dar um tapinha nas costas por um artigo recente ou, com maior frequência, para explicar como entenderam errado. Eu estive do outro lado da linha em uma dessas ligações. Mas nada me chocou mais do que algo que Jobs me disse no final de 2010, após acabar comigo por algo que escrevi sobre uma falha do iPad. "Então, seus filhos devem adorar o iPad?" eu perguntei a Jobs, tentando mudar de assunto. O primeiro tablet da empresa tinha acabado de chegar às lojas. "Eles não o usaram", ele me disse. "Nós limitamos quanta tecnologia nossos filhos usam em casa."           Eu estou certo que respondi com um silêncio estupefato. Eu imaginava o lar de Jobs como sendo um paraíso dos nerds:...

Do “Era uma vez” ao “E se...”: a necessidade do (re)encantamento desta geração pelo amor

Isabella Barbosa Era uma vez uma jovem que amou com toda a sua alma alguém que não poderia, pois havia entre os seus a expectativa de que casaria com outro e, além disso, ela e seu amado pertenciam a famílias inimigas.  A despeito da oposição que decerto enfrentariam, decidem se casar e levam a termo esse plano. No entanto, após um terrível incidente que os condenaria à ausência do outro, ambos optam por abrir mão da própria vida a permanecerem separados. Era uma vez uma jovem que amou um rapaz que conheceu durante umas férias, aparentemente um desses sentimentos sazonais que não resistem ao fim do verão, mas, ao partir, deixou para trás muito mais que lembranças e levou consigo muito mais que um mero sentimento, levou uma dúvida e um quê de esperança de que aquele seria seu amor de verdade. Até que cinquenta anos depois, impelida pela resposta a uma carta que escreveu naquele verão, resolve retornar ao ponto de partida, munida daquela dúvida e daquela esperança, reacendi...